domingo, 24 de abril de 2011

Texto com pleonasmo também é texto.

Texto que é texto, que é meu e não apenas meu, que pra ser texto tem que ser lido.

Porque texto não lido não pode ser compreendido, e texto que não é compreendido não vale nada.

Há de se entender o complexo de inferioridade que todos nós que escrevemos temos.

Queremos passar nossa mensagem da melhor maneira possível. Conteúdo e forma associados em uma vibração perfeita em sua imperfeição.

Não é nojo, não é arrogância. Apenas medo e desejo. Medo de não ser amado e compreendido. Desejo de ter as palavras devoradas pelo leitor querido.

Entretanto, texto que é texto tem que ser fiel a si mesmo. Texto que é texto não é escravo de seu público. Texto que é texto come seu povo a sua maneira. Texto que é texto é. Por ser.

domingo, 27 de março de 2011

Feliz Ano Velho.

Pensei em um monte de coisas lendo o livro do Rubens Paiva, muitas delas eu escrevi, mas não cabe postar aqui. O foco deste post é justamente uma parte que me tocou muito, quando ele fala sobre as ligações espirituais que possui com certas pessoas. Fiz uma lista com mais de vinte pessoas, mas algumas delas eu vou deixar só no papel. A lista fala daquilo de mais sublime que faço com algumas pessoas, quando posso perceber que tenho uma grande ligação com elas.

Cagar para o destino com o Vitor.
Chorar com a Nathália.
Cantar Cazuza com a Fazeh.
Dar selinho na Pit.
Trocar farpas com o Dennys.
Artistar com a Isadora.
Jogar WAR com o Arthur.
Dar um beijo de boa noite no vô.
Acordar carinhosamente a vó.
Fazer bolo com a Aminda.
Abraçar a Laura.
Rir com o Dedel.
Dizer 'eu te amo' para a Amanda.
Ser cruel ao lado da Rhaysa.
Confabular com a Diana.

A lista possui mais nomes como eu já disse, contudo censurei.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Partir.

Não sei escrever, mas escrevo. Escrevo porque gosto e porque quero. Escrevo quando me da na telha. Cago para a maioria das regras de gramática, não por estilo, ignorância mesmo. Escrevo isto rapidamente, enquanto dou os toques finais para a noite que virá a seguir. Deu vontade de escrever, escrevi. Não quero que seja um texto tão curto, mas não tenho tempo para que seja muito mais longo do que isso. Não vou sequer corrigir. Apenas postar e partir. Partir, uma palavra belíssima. Acho que encontrei a minha palavra predileta.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Estação Sol.

O gosto salgado sentido pela língua ao tocar a leve textura das costas da pessoa amada. Símbolo preciso do verão. A época frívola onde o errado torna-se certo e o certo inadmissível. A estação do pecado queima nossos corpos sem rodeios, dia após dia. Calor gostoso e melado que é banido pelo eco úmido do ar-condicionado. Mal da nova era, essa máquina que inibe a temperatura natural e as sensações dela advindas. Clima artificial. Artificial como o show de luzes amarelas que conduzo com sombras e mãos por entre os feixes oriundos da lâmpada redonda. Festival da loucura, o verão é o abre-alas do carnaval, é a preliminar elaborada da foda bem feita pelo amante maduro. A mente se rende, tem que ficar quieta e deixar o corpo respirar. Que aguarde o inverno gelado e racional para a tediosa manifestação.

Os amores cada vez mais apaixonados, a saliva cada vez mais escassa necessita da saliva alheia. Ou quem sabe baste um banho de água gelada para evitar a insolação da alma. Não basta. Banho é o caralho, eu quero suor. Nelsinho conseguia ser ousado sem usar palavrões? Desculpe, não sou Nelson, sou eu. Eu que nem é Nelson, nem Francisco, nem Antônio. Por isso eu. Eu suado, eu molhado, em pleno verão. Cheio de sonhos e fantasias, que não passam disso. O castelo de areia se desfaz, a poesia morreu. Deixando a hipocrisia de lado, vamos ligar o ventilador. Caso venha um pouco de sujeira, quem liga? É disso que a gente gosta.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Formato.

Passei um tempo sem escrever no formato que emprego no blog. Deixei minhas confusões e metalinguagens de lado, larguei tudo para me expressar da maneira que eu mais gosto. O que escrevi não foi prosa, nem poesia, escrevi imagens. Imagens que falam por si só, que deixam as palavras no chinelo. Inibe a imaginação? Só se a imaginação permitir ser abafada.

A graça das imagens, é que delas podemos fazer milhares de interpretações. Eu particularmente adoro procurar associações entre forma e conteúdo, é um dos meus maiores divertimentos.

Olha, sinceramente, estou sem vontade de escrever isto que escrevo aqui. Não para sempre, apenas por hoje. Em poucas horas o hoje transforamar-se-a em amanhã. E para quem chegar lá, o hoje. A inspiração vem quando quer, a vontade também. O problema é que quase sempre a vontade vem sem inspiração e a inspiração sem vontade. As palavras lidas no primeiro parágrafo surgiram em meio a minha caminhada a dois dias atrás. Tudo que pensei poderia lotar linhas e mais linhas, cadê que lembro?

Como de praxe, meu último parágrafo tem conteúdo completamente diferente do primeiro. Ou pelo menos era para ser assim, de acordo com a tradição natural que o meu inconsciente criou. Quanto mais escrevo no formato aqui escrito, mas percebo que desta forma não consigo passar a mensagem como quero. Tudo fica tão confuso. Por isso as imagens, a maneira mais bela que encontrei de dar vida as minhas idéias. Enquanto as imagens não saem do papel, vou confundindo vocês, leitores aparentemente invisíveis e inexistentes, com minhas idéias desconexas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Allen e Truffaut.

As vidas dos outros parecem mais vivas que a minha. Surpresa? Nenhuma. Provavelmente é só mais uma de minhas paranóias, mas é uma forte impressão que não tenho como negar. Negar com que finalidade? Para parecer legal e confiante? Não, não sou mesmo e não vou mentir. Minto vez ou outra por necessidade. Necessidade que nem sempre é necessária, e sim conveniente aos meus objetivos. Não vale a pena mentir por coisa boba, é um risco que se corre à toa.

Como dizia anteriormente, antes de me perder nas reflexões transloucadas, acho minha vida morta se comparada as outras. Não reclamo, não comemoro, apenas aceito. Que a vida é assim mesmo e não posso fugir. Dizer que posso radicalizar meu destino é mentira, mentira do tipo boba, que já mostrei o quanto desprezo. A associação entre meu destino e minha personalidade gera um filme sem clímax e de fotografia fria. Um típico filme francês daqueles que eu adoro, onde conhecemos o personagem até o limite, mas nada acontece.

Não sou interessante nem para mim, e olha que eu tento achar o interessante em tudo e todos. Novamente não minto. Não digo que não possa ser interessante para as outras pessoas, espero fervorosamente que assim eu seja, mas não correspondo aos meus próprios padrões. Sairia comigo para conversar sobre cinema, talvez um pouco de literatura. Entretanto, não iria para a cama comigo mesmo. E não venha falar sacanagem. Tem coisa que o ser humano faz por necessidade física.

Eu perdi o fio da meada novamente. Isso sempre acontece. Meu texto perde toda a sua coerência no desenrolar das palavras. É que elas, as palavras, tem vida própria. Quando se alinham ao pensamento então, não tenho como controlar. São tantas as reflexões que querem ser expostas ao mesmo tempo, que nem Guernica suportaria.

Vou para por aqui, se eu fizer mais alguma referência explícita extra-textual, vou acabar transformando este em mais um daqueles textos de pseudo-intelectuais. Aprendi a não gostar dos rótulos, sou de classificação livre. Assim posso aproveitar tudo ao mesmo tempo. Todas as línguas, cores e gêneros. Gêneros literários e cinematográficos, é claro. Porque meus possíveis leitores, que provavelmente não existem, são muito maliciosos. Ou será que escrevo para a minha consciência. Não sei, não sei de nada, é melhor continuar não sabendo. Já dizia a célebre frase: "A ingorância é uma benção". Merda, ai a referência de novo.